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Os pilares da comunicação

É difícil imaginar uma situação na qual a comunicação não seja importante – e o desafio é ainda maior se adicionarmos o ambiente social. Nesse aspecto, é importante compreender, como já foi abordado por filósofos, sociólogos e cientistas políticos das mais diversas épocas, que o homem é um animal social, ou seja, a sua tendência é a vida em sociedade, e então realmente fica impossível imaginar a ausência de comunicação.

There are many different ways to organize ?n essay. Some students choose t? have one long paragraph that summarizes the information from a number of sources and you can read this post here. Others have a series ?f paragraphs that discuss the same ideas or arguments. And there are still others who us? a combination of these methods. However, one of the most common ways ?s to compare two ?r more things.

Quando nos referimos a comunicação, é importante ressaltar que falamos sobre toda as suas formas: verbal, não-verbal, escrita… São tantas formas pelas quais as pessoas comunicam, e é preciso estar atento a todas elas, até porque muitas vezes, mesmo inconscientemente, estamos transmitindo alguma mensagem. Vamos, então, analisar alguns aspectos envolvidos no processo de comunicação: a lógica, a escrita e a oratória e retórica.

A lógica é uma das primeiras áreas do conhecimento a surgir, sendo um dos ramos da filosofia, sendo Aristóteles considerado o pai da lógica formal. A palavra tem origem no grego λ?γος (lógos), que significa palavra, estudo, razão. A lógica é, então, o critério da racionalidade, e por isso deve guiar toda espécie de comunicação. Nesse ramo, devemos ficar atento principalmente com a coerência de discurso, o encadeamento, ou seja, a progressão das ideias e na argumentação. Sendo a lógica a ciência do pensamento, existem algumas premissas que devem ser observadas e alguns cuidados na hora de exercitar uma argumentação para que esta seja, de fato, lógica. Para isso, existem as chamadas Leis do Pensamento:

– Princípio da não-contradição: duas proposições contraditórias não podem ser, ao mesmo tempo, verdadeiras.

– Lei do terceiro excluído: para qualquer proposição, ou ela é verdadeira ou a sua negação é verdadeira.

– Princípio da Razão Suficiente: para qualquer proposição verdadeira, existe uma razão, uma explicação suficiente.

– Princípio da Identidade dos Indiscerníveis: se dois elementos compartilham todas as propriedades, logo eles são idênticos.

Identificados os princípios para exercitar a maneira correta a lógica, é necessário cuidado com as falácias, são enunciados que, apesar de seguirem um raciocínio falso, pretendem simular a verdade. Confira aqui as falácias mais comuns:

– Dicto Simpliciter: essa falácia ocorre quando é feita uma generalização não qualificada. Exemplo: acordar cedo é bom, logo todos devem acordar cedo. Isso, naturalmente, é uma falácia, visto que a generalização não se aplica a todos. É necessário qualificar, ou seja, especificar uma das duas premissas para que o argumento seja, de fato, lógico;

– Generalização Apressada: se a pessoa generaliza algo com base em poucos indícios, está caindo nessa falácia. Exemplo: avisto 3 estudantes da escola X e todos eles são altos e magros, logo todos os estudantes da escola X são altos e magros. Quer dizer, baseado em uma amostra pouquíssimo representativa, formula-se um enunciado falacioso;

– Post-Hoc: essa falácia reside em estabelecer uma relação de causalidade entre dois eventos que ocorrem em sucessão cronológica, mas não estão diretamente relacionados. Exemplo: uma família sempre realiza as suas refeições sem a presença do filho. Um dia, o filho resolve realizar uma das refeições com a família e acontece uma briga. A família, então, culpa o filho pela ocorrência da briga, visto que, antes dele se juntar, as brigas não ocorriam. Vejam que, apesar do encadeamento cronológico das situações, não existe relação de causa entre a briga e a presença do filho. Portanto, o argumento é falacioso.

– Premissas contraditórias: a pessoa incorre nessa falácia quando formula duas premissas que são, entre si, contraditórias. Exemplo: posso fazer tudo, só não posso voar. Ora, um enunciado contradiz o outro, e isso gera a falácia.

– Ad Misericordiam: é uma falácia que acontece quando a pessoa apela para a compaixão do interlocutor. Exemplo: um homem vai em uma entrevista de emprego e, ao ser perguntado sobre suas qualidades para a vaga, responde que precisa sustentar a família. Por mais que a razão seja legítima, é um argumento que não é condizente com a pergunta que lhe foi feita e, além disso, “joga” com a misericórdia do outro.

– Falsa Analogia: essa falácia se dá na realização de uma analogia que é, em si, descabida, por representar situações diferentes. Exemplo: se os cirurgiões podem levar radiografias para auxiliar na hora de uma operação, os estudantes deveriam poder levar livros consultar nas provas. Uma situação não pode ser comparada com a outra, afinal, os cirurgiões não estão sendo submetidos a testes para comprovar se aprenderam.

– Hipótese Contrária ao Fato: acontece quando a pessoa parte de uma hipótese que não é verdadeira. Exemplo: se eu não tivesse começado a jogar futebol, nunca teria conhecido o João. A hipótese é falsa, visto que seria possível ter conhecido o tal João em diversas outras situações. Qualquer conclusão tirada a partir de uma hipótese contrária ao fato também é falsa.

– Envenenar o Poço: essa falácia consiste em, antes de um debate ou conversa, um dos envolvidos tenta desqualificar o que o outro irá falar. Exemplo: a mãe de uma aluna é chamada pela professora para uma conversa. No caminho para a escola, a aluna fala para a mãe: “essa professora tem “marcação” comigo e ela vai me atacar de qualquer jeito. O que aconteceu foi que a aluna “envenenou” a professora, tentando, em referência ao poço, impedir que os outros bebam da sua água.

– Argumentum Ad Hominem: ocorre quando, em um debate, um dos envolvidos faz um juízo de valor sobre o outro para tentar desqualificar o seu argumento, ou seja, ele “combate” a pessoa, e não o argumento. Exemplo: “Maria está discutindo com Joana e, em determinado momento, rebate Joana argumentando que ela não tem ensino superior”. O argumento, nesse caso, não promove o debate de ideias, mas o ataque gratuito a figura do interlocutor.

 

A escrita é outra grande área da comunicação. Essa competência é, muitas vezes, “temida” pelas pessoas: é só pensar em quantas pessoas não se sentem confiantes na hora de escrever uma redação. A escrita, para ser bem exercitada, engloba uma série de habilidades que, combinadas, resultam em um bom texto – é necessário domínio do idioma, organização lógica, coesão textual, conhecimentos diversos e capacidade de conexão entre eles, conhecimento da própria estilística de escrita… São vários pontos nessa composição, e todos eles devem ser observados e desenvolvidos. Nesse processo, existe, claro, a tendência natural de cada um, ou seja, o quanto de potencial existe no sentido de dominar essa competência, mas, seja para quem tem desenvoltura ou para quem tem dificuldade, mas quer se aprimorar, algumas coisas dicas práticas são muito úteis.

Primeiro, leia bastante! Não precisa ser necessariamente livro, mas até a leitura de notícias já auxiliam. Claro, quando se lê algo com um conteúdo que acrescenta conhecimento, é melhor, mas, para a finalidade de aprimorar a escrita, a leitura de textos bem escritos, independente do gênero, é uma grande aliada. Isso ocorre porque, a partir da leitura constante, além de ir apreendendo, mesmo que de maneira inconsciente, questões de lógica textual, progressão e coesão, você também “acostuma” o olho na parte gramatical: por mais que você não conheça todas as regras, você “sente” que falta (ou sobra) uma vírgula, que o pronome deve ser posicionado de tal maneira ou que existe repetição de termos.

Outra coisa que ajuda, por mais que seja óbvio, é escrever, e isso pode ser feito por treino ou por, por exemplo, estudo, ao fazer síntese de um assunto do seu curso. Depois, claro, é necessário analisar o próprio texto com um olhar crítico e verificar os pontos de melhoria. Esse exercício serve também para identificar os próprios vícios de linguagem e ir, aos poucos, eliminando-os.

Por fim, a curiosidade pelo próprio idioma é fundamental, principalmente para ampliar o vocabulário. Seja na leitura de textos difíceis, ou mesmo antigos, ou então em poesias, nós sempre aprendemos palavras novas e, depois, você pode encontrar uma maneira própria de internalizar o conceito e agregar o novo vocábulo ao seu léxico! Com isso, você também se vê mais preparada na hora de realizar explicações e conexões de conteúdos.

Outro aspecto maestro na hora de se comunicar é a oratória e, em conjunto, a retórica. De forma muito simples, a oratória é a arte de falar bem em público, e a retórica está ligada com utilizar o ato de comunicar como meio de convencimento e persuasão. Quando se trata de debates, exposições e discursos, os dois conceitos se tornam complementares e indispensáveis para se obter sucesso.

A comunicação em público possui seus princípios reguladores que devem ser respeitados: simplicidade, eficácia de impacto e convicção. Quando se está falando em público, enfrenta-se três momentos, que podem ser comparados com um avião que decola, voa e aterrissa. No início, pode-se realizar uma apneia de 4 segundos, e é fundamental estimular a curiosidade dos ouvintes, envolvendo-os na fala. O início é muito importante, sendo o momento onde se ganha ou se perde o público, então é importante, durante a fala, se dirigir aos presentes como um todo, sem excluir ou privilegiar determinado grupo ou indivíduo. É também necessária a boa articulação e saber utilizar o diafragma. Durante o “voo”, o segundo estágio, a ação deve ser simples, suave e elegante, com aceleração ou desaceleração de acordo com o seu interesse de fala. A operação também deve ser feita de modo a parecer improvisado. Durante o voo, a pausa inteligente também é um recurso interessante, pois estimula a audição e a curiosidade da plateia, mantendo a atenção. Ao final, chega-se na aterrissagem, momento que é tão perigoso quanto a “decolagem”. Não se pode baixar a guarda, diminuir a animação, intensidade da voz e energia nas ações, evitando a “morte” da voz. O final tem que ser feito de forma súbita, procurando gerar o mesmo efeito do início: estimular a plateia e deixar a sensação de “quero mais”.

No que se refere à retórica, podemos, mais uma vez, recorrer à imensa fonte de saber da Filosofia Antiga: Aristóteles já indicava três pilares da argumentação que fazem realidade no discurso e definem um bom orador: ?θ?ς (ethos), π?θος (pathos) e λ?γος (lógos). Aplicando esses três elementos durante o discurso, o poder de convencimento torna-se muito alto e, com isso, é possível persuadir o público ou “vender” uma ideia ou posição.

O primeiro ponto, o ethos, está ligado com a credibilidade, com a autoridade que o locutor tem para falar sobre o assunto. A palavra grega gera, por exemplo, “ética”, então fica um pouco mais simples entender o seu significado e a sua aplicação na retórica. O que ocorre é que, ao argumentar sobre algo que se conhece profundamente, já se viveu ou que ainda faz realidade na própria vida, o interlocutor consegue trazer toda a força da experiência, de já ter vivido e de “saber na pele” aquilo que se fala. Em suma, o locutor não apenas discorre sobre o argumento, mas ele vive o argumento.

O pathos é o elemento que agrega a emoção no discurso. É a parte capaz de emocionar, de “mexer dentro”, de tocar emocionalmente o público. Essa esfera do discurso, no entanto, deve ser explorada com cautela e inteligência, pois a linha entre a utilização funcional e um certo apelo emotivo, forçado, é muito tênue, e a segunda situação configura pecado. E o pathos também está ligado com a capacidade de “explosão” do locutor, e isso reforça a questão da cautela e da sabedoria ao se valer desse pilar, e aqui vale, para lembrança, o velho ditado: a diferença entre o remédio e o veneno é a dose.

A lógos, já explorado no começo do texto, indica justamente a capacidade do interlocutor de organizar logicamente o seu discurso. É a capacidade de fazer links, de dar sequência à fala e de “pegar na mão” do ouvinte para que ele, por meio desse prosseguimento ordenado, entenda e seja convencido do argumento.